Tuesday 7 June 2011

Bienal de Veneza

Wow, estive 4 dias em Veneza em 'trabalho' (chamar trabalho a 4 dias incríveis soa tão estranho!), a propósito da exposição Il Mondo Vi Appartiene no Palazzo Grassi e também da Bienal de Veneza e ainda não deu para organizar tudo o que lá vi e li e ouvi. Passei esses dias continuamente assoberbada: com Veneza, em si, que é um sítio deslumbrante (embora me tenha ocorrido que é um delírio tipo Dubai, só que com o charme que só uma carrada de séculos podem atribuir às coisas), com a injecção de arte que vinha de toda a parte e muita, muita, moda. Tipo, ir a Veneza nesta altura é como ler 20 Vogues duma assentada.

Entrei numa Miu Miu assim como quem não quer a coisa (só para espreitar!) e reparei que boa parte das prateleiras estavam vazias! Vazias! Elas levam tudo! Era mesmo perceptível a importância da moda (nem digo aparência, digo moda com m grande, mesmo!) naquele meio; nunca em toda a minha vida vi tanto Issey Miyake junto. Claramente, Miyake é o uniforme do 'art opening'. Muito Louboutin, muito Chanel, muito Prada head-to-toe das últimas colecções, acabadinhas de sair.

Acaba por ser algo perverso, esta proximidade da arte contemporânea com esta obsessão com a moda, e por vezes creio que a primeira acabava por ser um bocado eclipsada. Contudo, são as minhas duas coisas preferidas (medalha de bronze vai para comida), pelo que nunca seria eu a queixar-me.

Houve momentos engraçados. Tipo, quando a Salma, essa deusa latina de metro e meio, apareceu uns metros à minha frente. Cá está ela em frente à soberba instalação Contaminação, de Joana Vasconcelos, de quem a Salma pareceu gostar muito! É mesmo uma aparição...



Também lá andaram o Salman Rushdie...

...e as manas gémeas hermafroditas do futuro, Eva & Adele:


...entre muitas outras pessoas curiosas, anónimas ou não. É um mundo muito estreito e fechado, mas muito curioso de ver; a partir de um certo ponto, dá ideia que as pessoas se estão completamente a marimbar para tudo o que seja expectativas associadas ao género, à idade, à nacionalidade, ao estilo. É das coisas de que mais gosto, é de estar num sítio que, sem nos dar conta, nos alarga um bocado os horizontes. A inauguração da exposição no Palazzo Grassi foi um enorme sucesso, com a obra da JV a receber reacções e comentários muito positivos. A instalação estava brutal, de cortar a respiração:



Como é impossível resumir tudo o que vi dentro e fora da Bienal (que vi um bocado a correr, até...), aqui vão algumas imagens de algumas coisas que me marcaram por alguma razão:

Adrian Ghenie

Ahmed Alsoudani

Nicholas Hlobo




Deixo aindaa, para terminar, duas fotos um bocado aleatórias: os brogues do meu chefe querido e os meus pés, que fotografei, tipo, só naquela.