O que estava abaixo do lábio e um junto ao umbigo já foram aniquilados com um poderoso laser. Tremeliquei de medo, senti a pulsação a infinitos à hora, mas lá me deitei na marquesa, levei uma pica na cara e na barriga (que contraste tão lírico, uma injecção que dói horrores e, segundos depois, depois um delicioso entorpecimento) para depois a doutora escarafunchar com a sua caneta aniquiladora. Saí com um penso enorme na cara e fui trabalhar. O seguro achou que não corria perigo de vida eminente com estes sinais, por isso mandou-me pagar.
Uma semana depois (ontem, portanto), fui tirar um dos 4 sinais que tenho do pé. Se no episódio laser me tinha portado como uma senhora, aqui só não me saiu um expressivo "FO...-SE!!" porque mordi a almofada. Ela avisou-me: "isto é uma cirurgia, leva pontos, é no bloco operatório", mas eu estava tão fã daquela coisa do laser e da minha estranha tolerância à injecção da anestesia na cara, que pensei 'pff, bring it.' Mas não. Levar uma injecção de anestesia no meio da planta do pé, mesmo no sítio das cócegas, é uma dor dilacerante. Lá guinchei, a enfermeira a dizer para lhe apertar a mão, e um minuto depois estava com o pé ligado e muita peninha de mim própria. Este o seguro já pagou, que os sinais no pé são perigosos (diz que sim).
Agora penso: tenho mais 3 sinais no pé. No mesmo pé. Por mim nem os pontos tirava, quanto mais repetir a experiência! Contudo, apesar das dores e de sentir a pulsação na planta do pé, não posso deixar de reconhecer o lado positivo da coisa (uma pista: começa com 'm' e acaba com 'imo'): tive direito a uma tábua na banheira para tomar banho de imersão com o pé doente apoiado sobre ela, tive um ovo Kinder (essencial para curar 'patites, como é do conhecimento geral) e, basicamente, um namorado a fazer de mordomo jeitoso e pronto a satisfazer todas as minhas necessidades (desde as mais essenciais até àquelas que podem eventualmente, de um certo ponto de vista e em determinadas circunstâncias, parecer, digamos... um capricho).
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